O Método do Projeto é, por excelência, um das formas mais eficazes de trabalharmos o “Aprender Fazendo”. Para além disso, afigura-se como meio essencial para respondermos ao desafio de B-P que nos impeliu “perguntar ao rapaz”. Deste modo, o Método do Projeto é transversal a todas as secções assumindo contornos específicos em cada uma delas.
Em relação à 4.ª secção, importa dizer desde já que a aprendizagem pela ação é um foco de motivação junto dos jovens, dado que, por um lado, todas as tarefas que assumem são reais e úteis para o sucesso do seu projeto, por outro lado, estas mesmas tarefas permitem um aprofundamento do conhecimento de variados temas, potenciando o crescimento e desenvolvimento do Caminheiro. Ao experimentarem novos papéis ganham novas habilidades, percebem quais as tarefas em que estão mais aptos e também aquelas que necessitam de melhoria, bem como permite descobrir novos interesses e talentos. É de relevar que esta aprendizagem eminentemente prática desenvolve-se de forma privilegiada nas atividades com os outros caminheiros. Indiscutivelmente, os pares e as tarefas em conjunto são basilares para a motivação para a aprendizagem pela ação.
A Caminhada é o nome atribuído a um projeto feito por Caminheiros. A Caminhada é do Clã e por isso todas as atividades são propostas, organizadas e realizadas por todos os caminheiros em todas as suas fases.
As fases do Método do Projeto
1.ª Fase - Idealização e Escolha
Efetivamente, na primeira fase, ocorrem dois momentos importantes: a idealização (em Tribo, em que todos os elementos devem contribuir para o projeto). Segue-se a apresentação dos projetos e a escolha do vencedor em conselho de clã. Após a escolha, surge o enriquecimento. Este preferencialmente deve ser realizado em Conselho de Guias. Todavia, se o clã assim o entender poderá optar por fazê-lo no Conselho de Clã.
2.ª Fase - Planeamento / Planificação
A 2ª fase corresponde à Preparação, onde cada um dos caminheiros é convidado a assumir um papel que pode ser diferente do cargo que assume na sua tribo. Ocorre uma distribuição de responsabilidades e tarefas que deve acontecer quase que naturalmente para que todos se sintam parte fundamental da peça do puzzle que constroem juntos. A Caminhada deve ser preparada convenientemente de modo a evitar acidentes e contratempos. Este processo de crescimento é tão melhor quanto mais adequado for o acompanhamento do Chefe de Clã. É importante que este esteja sempre “ali”, para perceber o desenvolvimento das várias fases do projeto e para que possa dar o alerta quando algo “escapa” aos Caminheiros. O seu papel é o de um observador atento e ativo, que dá espaço a que o erro aconteça e a que o sonho seja cada vez maior e mais ousado, tentando manter um equilíbrio entre as ideias mais ousadas e as mais “realizáveis”.
3.ª Fase - Realização
Posteriormente, segue-se a fase mais visível do Projeto, a sua realização. É aqui se vive o que foi pensado, trabalhado e idealizado ao longo do processo do método escutista. É aqui que se verificam as grandes diferenças entre projetos que foram bem pensados e estruturados e que nos fazem ser melhores na procura do Homem novo.
4.ª Fase - Avaliação e Celebração
Finalmente, chegámos à fase final – a avaliação. Esta deve ser realizada em Tribos e Clã, promovendo-se a discussão acerca do cumprimento dos objetivos pré-estabelecidos, dos aspetos menos e mais positivos. Assim, consegue-se perceber o que correu mal e pode ser corrigido e o que correu bem e merece ser reaplicado no futuro. A celebração da Caminhada deve acontecer sempre também: é importante que a alegria esteja sempre presente nos nossos projetos. Isso distingue-nos dos outros movimentos e dá-nos unicidade na ação.